Estudantes batem perna pela cidade para conseguir prática profissional em empregos temporários de final de ano.
Buscar o primeiro emprego em pleno período de férias pode parecer um contrasenso. Mas é justamente nessa época que muitos jovens aproveitam a folga das aulas para redigir seu primeiro currículo e sair em busca de um emprego temporário.
Esse já famoso “bico de final de ano” serve como primeira experiência profissional e também rende os fundos necessários para cursos, passeios, viagens, roupas, baladas e afins. (...)
Juliana Gomes, 16 anos, rodava no saguão do shopping Pátio Higienópolis sem saber ao certo onde ir. “Sei que em loja de senhora não rola. Acho que vou deixar meu currículo em lojas de brinquedo e de roupa de criança”, disse Juliana.
“Acho que gente como eu, menor de idade e sem experiência, eles só pegam em último caso”, conclui. Juliana não está totalmente enganada. A maior parte das oportunidades de emprego temporário – e não todas elas – pede que os candidatos tenham 18 anos ou mais.
De acordo com as leis de trabalho e com o (ECA) Estatuto da Criança e do Adolescente, a idade mínima para a admissão ao trabalho é de 14 anos (aprendiz), e os jovens de 16 e 17anos só podem trabalhar com algumas restrições. Entre elas está discriminado que esse jovem não pode trabalhar no período da noite nem fazer horta extra. Dois fatores muito comuns nos empregos de lojas de shopping, que ainda estendem o período de trabalho aos sábados e domingos. “Esses são alguns dos obstáculos legais que atrapalham o desempenho do jovem no comércio, já que aí é exigida uma disponibilidade maior”, confirma o Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário, Edson Belini.
Folha de São Paulo, 20/11/2000.
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